quinta-feira, 21 de outubro de 2010

greve, temperatura negativa e selo no passaporte

França tem greve, e greve forte. Desde que chegamos já teve greve do RU, dos trens e agora a mais forte delaa. A dessa vez bloqueou refinarias e isso tem fechado postos de combustível e feito com que se instale o caos. Essa greve é um protesto contra a reforma previdenciária que será votada essa semana. A França é um país marcado por trabalhadores que seguem o lema "liberdade, igualdade e fraternidade" e une-se a isso a democracia e a sede por direitos e tem-se a greve e as consequências que esse grito social carrega em si. Aqui é interior, então não estamos vendo os protestos de forma forte, mas adiamos uma viagem para Normandia já que não sabemos até quando vai durar, se Lady Gaga cancelou seu show em Paris nesse final de semana, quem somos nós para não adiar (em uma semana) nossa viagem? E falando em direitos, agora tenho direitos à alguns benefícios franceses. Tenho minha carte de séjour e sou moradora francesa, fui ao CAF hoje e parecesse muito com uma agência do INSS do Brasil, e o CAF nada mais é que uma "bolsa-família", desculpe a generalização, mas é mais ou menos assim (entre outros beneficíos): se estuda tem direito, logo, eu também tenho.
Trocando de assunto, e falando de tempo, não tempo ruim de greves e protestos, mas tempo de temperatura negativa, quase dois meses, e ao acordar vi a temperatura de -2,
era um frio diferente do nosso do sul, já dá para notar como será o inverno se estamos ainda no outono. Acho que vou enjoar de ver neve :-)

au revoir

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

segundo, terceiro, quarto... olhar


Voltei a Londres, 5 anos depois, muitas situações novas, outras, nem tanto. Emoções que se repetem e se modificam, como podemos ser diferentes cada dia?
Sempre soube que voltaria a Londres, desde que fui embora. Sabia que iria voltar e isso era mesmo uma sensação perene, então, há uns meses, como um furacão que passou na minha vida eu vim para França e daqui voltei a Londres (a passeio dessa vez). E a sensação de de retorno e mudança continua perene em mim. Além de ver Londres de outro modo, me vejo sempre a mesma e sempre diferente. É estranho ter a sensação de mudança, mas saber que minha essência não mudará. Que posso ter vários olhares sob situações e pessoas diferentes, de ver que tudo pode ser mais fácil, de notar como eu me preocupo com antecedência e de nada adianta, de como eu tenho medos que são inviáveis, de algumas vezes até me acomodar e deixar o mais fácil acontecer, porém, ao mesmo tempo uma sede insana por não me acomodar, de buscar sempre algo que ainda fico na dúvida do que é. Será que sempre vou ter essas dúvidas? Será que sempre terei olhares diferentes e sempre buscando algo? No tempo que eu estava em Londres guardo inúmeros sentimentos, guardo amizades e um amor que tive, guardo lembranças que me fizeram melhor, me fizeram menos ingênua e até mesmo me mostraram que posso superar meus limites quando eu quiser. Aqui tem sido menos difícil que foi em Londres, de saudade, de morar, de conviver... talvez por eu ser diferente do que era, talvez por aqui ser diferente de lá, o que importa é que aqui tem me feito ainda mais humana tanto quanto Londres me vez e que guardarei lembranças e ensinamentos para sempre...

Au revoir

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Saudade...

Aperta e doi... a saudade é mesmo bem dolorida.
Estou bem, com saudades, mas bem. As aulas (sim, vim para cá para estudar, e as aulas tinham que começar!!rsrsr)bem, as aulas começaram, com força quase total, também fazer tantas cadeiras quanto estamos fazendo (Bruno, Lidi, Giuliano e eu) é mesmo para eu não ter tempo de "pensar besteiras"... mas saudade não é besteira! e mesmo com aulas, festas, novos conhecidos, novos amigos, a saudade vem quando ela bem entende.
Sinto saudade de tantas pessoas e coisas: saudade de mãe, pai, irmãos, sobrinhas e amigos, e outros amigos também rsrsr... mas sinto saudade de pastel, de caminhar na redenção, de dia de sol forte, sinto saudade do mar, do cheiro de feijão (preto) novo no prato, de ver televisão no sofá, da minha cama grande. Sinto saudade do pessoal da academia, do RPM, de caneleiras (na academia da faculdade não há caneleiras: machistas! mulher tb malha rsrsr), saudade do meu saco de boxe... essa saudade que sentimos na falta... mas a saudade também faz a gente ficar mais próximo de quem está perto, parece que algumas pessoas se tornam conhecidas de muito anos, amigos de longa data, amigos que sabemos que podemos contar, parceiros mesmo!!!
foi assim quando conheci a Marisa, e agora está sendo com a Lidi... bom ter essa sensação de "apoio", essa amizade que não precisa do tempo para ser forte, amizade que depois deixa, mais um vez, saudade...
A saudade aperta, doi, fortalece e transforma... porque a distância não separa quem é "nosso" de verdade. E parando para pensar bem, as vezes precisamos mesmo de um aperto para dar ainda mais valor as pessoas e coisas

Au revoir!