sexta-feira, 5 de outubro de 2012

A blusa roxa...

Quando saio pela manhã leio um recado na porta do edifício: "oi, encontrei uma roupa feminina no corredor do prédio, se for tua, me ligue XXXX". Na hora eu penso: será que sou eu? (quase pensei: quem será a boca aberta que fica perdendo roupa pelo caminho?) e penso também: que gentil, ela podia esperar que alguém pedisse, podia nem dar bola, mas deixou o recadinho. Cheguei a pensar na blusa roxa que não lembrava de ter lavado e que eu já tinha deixado cair naquele mesmo dia entrando no prédio do mano e que depois a encontrei na saída. A noite chego em casa e lá continua o recado, resolvo mandar uma mensagem para ver se era uma blusa roxa que ela tinha encontrado (afinal, não estava no armário, mas eu podia ter levado para lavar). E não é que era a minha??!!! A minha blusa roxa que insistia em deixar de ser minha... Para maior ironia, quando fui dizer qual era meu apartamento, penso no mesmo minuto "já pensou se é a vizinha aqui do lado?" e não que era ela mesmo??!! a pessoa gentil que encontrou a danada da blusa roxa é a vizinha mais barulhenta e sem noção que já tive... Mais uma vez minha intuição dando sinal que eu devo acreditar nela, ela quase sempre acerta, eu que sou teimosa e me faço de surda e não sigo... Dessa singela história cotidiana dá pra pensar algumas coisas: 1) Não julgar/pensar que outra pessoa é boca aberta (ela pode ser você mesma) 2) Até as pessoas mais sem noção de coletivismo podem ser gentis e pensar no bem do outro (mesmo que seja só uma blusa roxa) 3) O que é pra ser teu, mesmo que perdido várias vezes no mesmo dia, no mesmo mês, no mesmo ano... mesmo que perdidas por descuido, se ela for mesmo para ser tua, ela volta a ser tua. Com pessoas dá pra usar a mesma analogia... pessoas não são blusas roxas, mas elas também voltam, não por serem "tuas", por que não são propriedades, mas voltam por estarem de verdade no teu caminho... Talvez algumas vezes seja necessário alguém deixar um recadinho, alguém avisar, alguém pensar em "vou tentar pra ver se é" ... De algum jeito, blusas roxas e pessoas voltam... se assim for para ser...

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Troyes: onde a intensidade habita

Troyes é onde realmente a intensidade habita, cada minuto parece uma hora, cada hora um ano. Não chegamos a ficar um ano por lá, não precisamos desse tempo... 5 meses foi o suficiente para notar o quanto crescemos, o quanto mudamos e nos apaixonamos pela vida e pelo que ela nos proporciona.
Hoje faz um ano que Bruno, Giuliano e eu embarcamos para França e encontramos a Lidi por lá. Éramos quatro quase desconhecidos que se tornaram cúmplices, viviamos sabendo que a família de sangue e amigos de mais tempo estavam longe, mas que cada um de nós podia contar com outro para o que precisasse.
Nós formamos um ótimo quarteto, foi um maravilha de semestre, delícia de cidade, de vinhos, queijos e sabores... muitas coisas maravilhosas que vivemos, ensinamentos, amores e desamores, pessoas que jamais serão esquecidas... saudades dessa época que não volta mais, mas tenho na memória, na rebolada, nas palavras cada momento vivido, cada pessoa que convivi.
Como tudo que falei nesse blog foi relacionado a minha própria vida e esse post não seria diferente. Fui a França, aprendi muito. Viajei por lá, aprendi um pouco mais. Voltei, aprendi muito mais ainda. Há poucos dias teve minha formatura e toda grande comemoração fecha um ciclo, esse post me ajuda a fechar mais um ciclo dessa vida. Busco agora (ainda mais) sanar as dúvidas de coração e profissional que ainda pairam, porém tenho certezas que são perenes. Mas sei também que preciso mudar, continuar mudando e buscando e sei o que busco e vou atrás. Nada a mais, nada a menos que um amor verdadeiro e uma vida profissional que sempre imaginei. Opa! nada a mais não! quero muito mais!!!!! Porque a intensidade habita em Troyes, mas ela me visita constantemente.





domingo, 10 de abril de 2011

sutileza...

Sou feliz por ser feliz, não apenas por estar feliz. Não esqueci do blog ou não tive tempo ou qualquer outra desculpa que possa ser dada, eu apenas estava achando que não tinha nada para escrever. Penso mesmo às vezes: será que tem alguma finalidade o que escrevo? Se sou lida ou se uso esse blog apenas para meus devaneios? sim, isso passa pela minha cabeça e acabo não escrevendo... ato de carência de uma "pseudo-escritora", até que descubro sem querer que sim, que sempre se é notada, lida, ouvida, falada... Minha auto-estima não é nada baixa (não é por isso essa carência, rsrsr) sou pouco modesta até demais às vezes (risos), mas acha que dou bola para isso? De maneira nenhuma. Se sou, se deixo de ser ou se pretendo ser, isso é minha responsabilidade, sou feliz por ser feliz. Sei que não se é feliz o tempo todo, eu não sou. Se existe alguém que seja o tempo todo, que atire a primeira gargalhada... eu choro, faço beiço, me escondo, tenho medos...ihhh se tenho, porém, é isso tudo que faz as pessoas serem felizes, não é a felicidade que tem momentos, e sim outras sutilezas no meio da felicidade...Quando digo que mudei, que mudamos toda hora, não é falácia, é constatação. É fato. Mas é uma sutil diferença... escutei algo que começo a prestar atenção para saber se é verdade, me dizeram "tu mudou tua linguagem corporal, não sei, tem um jeito..." será? será essa uma sutil diferença que poucos notam ou notarão? será essa sutileza a ferramenta de ser ao invés de estar? uma pequena sutileza de encontros e desencontros que fazem o "ser"...

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Jogo do contente? Verdade ou consequência?

Essa inconstância humana às vezes me tira do sério, me irrita de verdade e até me cansa. Buscamos sempre algo, sempre atrás de alguma coisa que nem sabemos ao certo o que é. Um jogo do contente em que dizer que não está bem parece ser algo vergonhoso, se responde "estou bem" como se não pudesse confiar ao outro as aflições. É saudade quando estamos longe, mas quando estamos perto parece que "pode deixar para depois". É uma vontade louca de estar com alguém e quando finalmente se consegue estar junto desse alguém... bem, parece que a vontade diminui ou some.
Por que nem sempre damos valor ao que temos? Por que depois que perdemos algo notamos que jogamos fora uma "oportunidade"? Bem, alguns notam, para outros pode ter sido o melhor caminho, não é? Talvez mudar o caminho e seguir procurando algo que não se sabe o que é seja o melhor. Outros não perdem a oportunidade, alguns até a criam.
Pois nada é respondido, na verdade nem procuro respostas, não é um jogo de verdade ou consequência, procuro não precisar de jogos de advinhação, de esconde-esconde. Não procuro respostas, procuro perguntas para serem debatidas em conjunto, em pares. Procuro ser individual sendo um par, sem precisar de jogo do contente, procuro ser eu mesma, sem me preocupar quando é cedo ou tarde para fazer ou pensar. Não tenho nada contra a consequência, ela muitas vezes dá uma apimentada na vida, mas, eu prefiro a verdade com a pimenta que naturalmente vem nela!!

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

visual novo

Mulheres, em geral, quando querem uma mudança radical na vida começam cortando o cabelo. Cortar curto ou mudar a cor, o que importa é mudar o cabelo. É interessante pensar que umas tesouradas no cabelo possam resolver tanta coisa, tudo bem que é mais fácil uma tesoura no cabelo que na vida, afinal, cabelos crescem...
Quando cortei meu cabelo (bem curto)em 2008 escandalizei, quase ninguém acreditava que troquei uma cabeleira longa por um corte curto e desfiado, mas eu fiz e lembro de um comentário amigo que me disse depois algo assim: "parece que as mulheres se automutilam cortando o cabelo porque algo não deu certo no amor ou por querer cortar com o passado", coincidência ou não, eu tinha recém saído de um namoro fracassado (rsrsrsrsr), talvez, cortar com o passado tenha sido a minha melhor opção. Com alguns ensinamentos, tropeços, lágrimas e um recomeço bem resolvido comigo mesma resolvi também mudar o visual. Mas calma, nada de automutilação ou cortar com o passado, já curti meu cabelo curto e ele está até bem crescidinho... e o meu passado me faz bem, me preenche e me faz olhar para o futuro...então, em tempos de tecnologia, ao invés de mudança de cabelo a mudança é no design do blog. E eis que o blog está de visual novo para mais uma mudança radical na vida dele (e na minha), porque no final das contas, conto aqui alguns dos meus devaneios (rsrsr), um visual mais vibrante, alegre, feliz e intenso... como a dona dele.
bisous

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

de volta para casa

Retornei há uma semana, o ritmo não é mais o mesmo. Ainda não consegui rever todas pessoas que quero, mas já as sinto ainda mais perto(já estamos no mesmo país, isso ajuda rsrrs).
Voltar para casa é um mergulho na intensidade de sentimentos, um turbilhão. Logo no aeroporto vejo meu pai chorando, e seguindo o que meu irmão Fabiano falou: "a velhusca não sabe se ri ou se chora" mas tem que se pensar que um abraço de pai com saudade e lágrimas te complica as emoções. Rir de feliz, chorar de feliz...talvez seja porque faltam expressões para se demostrar quando a felicidade é grande demais. Por melhor que tenha sido a França, por mais que eu tenha aprendido, experimentado, visto e ouvido, nada é completo sem quem a gente ama por perto. BEM PERTO, fisicamente e emocionalmente. Nessa semana que passou, tive algumas ótimas surpresas, começo a experimentar o gosto do retorno. O sabor de ser "bem-vinda", de sentir a saudade ser matada, de saber que vou conseguir fazer o que me faz bem e com êxito. Realmente estar de volta me faz muito melhor.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

eu to voltando pra casa...

Fácil encontrar músicas, poemas, frases e expressões sobre voltar para casa. Deve ser pelo fato de que precisamos sair para voltar. Precisamos ter um "porto seguro", um "lugar para chamar de nosso". Daqui menos de um mês "eu tô voltando pra casa/ Outra vez"...o fato de já ter ficado fora me fez mais forte dessa vez, me fez saber que daqui a pouco tudo se torna igual novamente e, mais uma vez, resta saudades...Posso dizer que "mudaram as estações, nada mudou/ Mas eu sei que alguma coisa aconteceu/ Está tudo assim tão diferente...Estamos indo de volta pra casa"...Nem todos nós estamos voltando, alguns continuarão aqui, outros irão para outros lugares seguir o caminho que melhor lhe convém, mas eu, "minha mãe estou voltando/Que falta faz pra mim um beijo seu". Se "um homem viaja o mundo à procura do que ele precisa e volta para casa para encontrar" eu já estou louca para voltar e encontrar. Daqui uma semana meu irmão chega e a minha casa estará mais perto de mim. Minhas últimas aulas, última prova e daqui uns dias última festa em Troyes. Para muitos, última vez que os verei, último beijo, último abraço, último sorriso, e lembrando meu amigo Bruno, última rebolada na França. Aquilo tudo que foi muito intenso termina, toda aquela mistura de sentimentos se transforma, toda lágrima, cada aula chata ou maravilhosa, todo riso, todo queijo que comemos e vinhos que bebemos também mudarão de lugar, se mudam de Troyes para diversos países. Cada "Erasmus" leva consigo um pouco disso no coração e na memória. É impossível ser indiferente ao que vivemos, ao que vivi. "Um homem precisa viajar... Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu...Conhecer o frio para desfrutar o calor...Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância...quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”.
E fomos alunos, fomos amigos, fomos família. Sentimos o frio, brincamos com a neve, aprendemos cada dia e assim, fomos surpreendidos por essa "coisa" chamada vida. Essa vida que continuou acontecendo sem a gente no Brasil e que mesmo assim, nos deu boas surpresas mesmo de longe. Nos fez saber que tem gente esperando pela gente, até pessoas que antes de eu vir eu nem imaginava. Fiz amigos que serão para sempre, vivi medos, situações e sentimentos que servirão de lição. Com certeza fiz aqui o que todo mundo me dizia para fazer: "aproveita!!!" APROVEITEI, APROVEITAMOS... E FOI MUITO BOM ENQUANTO DUROU... ainda tenho mais uma viagem, vou a Praga com meu irmão e amigos... antes de voltar para minha casa, ainda volto para minha casa de Troyes, que tem meu cheiro e até criou meu jeito. Porque voltar para casa é reconhecer-se...

bisous