Troyes...primeiro olhar

Vôo atrasado, horas de viagem, perdemos o "transfer" que nos traria a Troyes e minha primeira "briga" em inglês, não sei como, mas se é para exigir algum direito, meu inglês flui como nunca. Isso é meu, não consigo me sentir injustiçada e não fazer nada, meu irmão disse que eu aprendi com ele isso, e que ele deveria ter me ensinado a ficar mais quieta, mas sinceramente: obrigada mano, por me fazer brigar por meus direitos. Mas depois dos percausos (que tem em quase toda viagem) chegamos em Troyes. Os guris dorminaram no chão, coitados, eu ao menos dormi em uma cama macia. Não foi bem um dormir, depois de quase uma semana aqui, noite passada foi a primeiro que realmente dormi. Ainda não “caiu minha ficha” que estou aqui, meu corpo tampouco, agora que estou me adaptando ao fuso horário. De ver que estou na Europa eu me dou conta quando vejo as pessoas caminhando na rua, aqui cada um se veste como quer, como bem entender, usa o der na telha, laranja com rosa, verde com roxo, não apenas pelas cores, mas pelo aspecto. Eu não estava mais acostumada com isso, eu ainda comparo tudo com Londres e com o Brasil, cada um nas suas particularidades. Pelas coisas boas, fomos recepcionados com um por-do-sol no aeroporto de Paris e uma lua crescente linda, um laranja profundo, bem aquela cor que a lua sabe se mostrar linda... lua crescente no hemisfério sul, lua minguante aqui. Que ela seja minguante para a solidão que vai bater, para a saudade que vai doer, para meu caos mental que se origina dessa confusão de idiomas que me meti, que seja crescente para meu crescimento como pessoa, para meu amadurecimento, para meu descobrir de todos dias, para minha profissão.
Conhecer pessoas nunca foi algo difícil para mim, sempre fui espontânea e amigos nunca me faltaram, mas aqui, todos tem uma fobia por isso, eu não tenho, essa coisa louca de ter que conhecer todo mundo, essa obrigação desenfreada de me relacionar... ter um pouco de calma não é ruim... não estou evitando conhecer, estou apenas deixando fluir... fico cada vez mais impressionada com a internet e suas facilidades, falar todo dia com alguém da família, conversar com amigos, até mesmo ver os que se preocupam comigo e poder responder a eles de modo fácil... realmente a distância diminui, a força aumenta.